TOMADA DE POSIÇÃO DO CONSELHO GERAL
A greve de professores e educadores realizada no dia 6 de fevereiro, que impediu o funcionamento das escolas do Agrupamento, foi uma forma de deixar claro para o nosso governo e sociedade civil, o descontentamento patente da classe docente, não só nos problemas relacionados com a sua carreira, mas principalmente pelo estado atual da escola pública no nosso país. Trata-se de um problema que se tem vindo a agravar ao longo dos últimos vinte anos, para o qual não se vislumbram medidas e tomadas de posições que o permitam reverter.
As questões relacionadas com a sonegação do tempo de serviço, o acesso à carreira, as cotas na avaliação docente, a falta de incentivos aos professores deslocados das suas áreas de residência, as áreas dos quadros zona pedagógica, a burocracia associada ao trabalho docente, as condições degradadas de muitas escolas do país, o número reduzido de assistentes operacionais e as suas condições salariais precárias, o número insuficiente de psicólogos alocados aos agrupamentos, a ausência de técnicos informáticos nas escolas para manutenção dos equipamentos tecnológicos, são alguns dos vários problemas identificados e que suportam toda esta indignação por parte do professores.
É claro para todos os agentes educativos que, caso nada seja feito para inverter este ciclo, a escola pública correrá o sério risco de deixar ser o elevador social por excelência que deve ser, bem como o garante de um país com massa humana bem formada, que promove o desenvolvimento da sociedade em todas as suas vertentes.
Urge não hipotecar o futuro dos nossos jovens e escola pública, carecemos de tomadas de decisões que alterem este rumo e, em simultâneo, potenciem o merecido reconhecimento e valorização da classe docente na nossa sociedade.
Sendo o Conselho o Geral do Agrupamento de Escolas de Mondim de Basto o órgão representativo da comunidade educativa, e ouvidos todos os membros eleitos, delibera sobre a seguinte tomada de posição.
O Conselho Geral do AEMB vem manifestar a sua SOLIDARIEDADE e RESPEITO pelos profissionais do AEMB que, através das suas lutas, dão um exemplo de cidadania participada, cumprindo desse modo uma das funções essenciais da escola pública: a indução da democracia.