A geometria da vida – Inês Torres – 11ºA

Viver é ser matemático! É calcular o valor que transparece da simplicidade e suportá-lo
no peito calorosamente. É ainda perceber que a felicidade é o combustível que alimenta os
assimétricos e o avião que os conduz pelo mundo das incertezas, onde não há réguas que
meçam a aprendizagem nem calculadoras que solucionem problemas. A Natureza funde em si
o amor e brota do seu interior a perfeição, já que sobrevive assolada pela poesia do
renascimento das suas células metamorfoseando o ambiente e concebendo-lhe uma nova
sombra…
A Natureza não tem medidas geométricas nem ângulos desalojados mas aloja em si a
matemática geométrica da paz e da emancipação, porque fez florescer do seu interior um ser
puro e simultaneamente desafiador: o Homem!
Este Homem que questiona o valor da vida e atrapalha o caminho fazendo cálculos
ignorantes e tarefas aborrecidas para solucionar as circunstâncias que o rodeiam. Mal sabe
que na natureza não há perfeição nem ostentação como há em si, porque as dissemelhanças
personificam o carácter geométrico da vida, a Natureza. Esta não procura controlar as
circunstâncias mas guiar-se por elas, visto que, controlar o incontrolável, assombrar a mente
por medidas esmorecidas e petrificar o coração com problemas dispensáveis é matar a
felicidade!
É imprescindível perceber que a Natureza é geométrica mas não imaculada e o
Homem é um herói quando se dispõe a filosofar sobre a arte da escuta e reduz o coração ao
Ângulo do amor. É fácil perceber que não controlamos o mundo natural e que ele utiliza os
poderes mágicos para nos parar, porque vivemos todos sobre o mesmo céu, mas é exaustivo e
árduo encontrar um elo que habite o mesmo telhado que nós e observe as estrelas pelo
telescópio exato da reciprocidade e amo, r porque o coração não tem medidas geométricas
nem resolve as adversidades mecanicamente, mas atola nas suas células a conta certa para a
perfeição: ser um completo imperfeito!
Renascer e metamorfosear-se foi um presente que a Natureza quis oferecer, porque
sobrevier sem querer mudar é como ir caindo do paraquedas da ilusão sem perspetivar o
perigo que aí reside. Fundir-me com a Natureza, fazer parte dela, cultivar na minha mente a
simplicidade grandiosa da assimetria personifica o meu dia, porque eu sou filha das raízes da
aprendizagem e quero orgulhosamente discursar no palco na vida sem esperar aplausos nem
elogios, mas receber calor e assimetria, afinal…
Haverá liberdade mais resolvida que se saber ser indispensável na vida de alguém e
saber que se ajuda o coração a não procurar a sublimidade e a fortuna, mas a viver informe e
feliz?
Pois bem… A felicidade é uma medida imperfeita que transparece da simplicidade e
acalenta o corpo por isso. Eu quero ser uma célula da Natureza que sofre imutação para
desviar o sofrimento e dor e atasca o sangue de amor e luz, pois a vida não é uma medida mas
eu posso calcular a dimensão da minha felicidade e o ângulo daquilo que mata a sede: paz e
resiliência!
Inês Torres, 11º A